Multimédia na Faculdade de belas artes da Universidade do Porto não é uma multimédia "normal" com computadores, video e fotografia, programação e coisas tal.
Multimédia na fbaup tem pensamentos e ideias e é "conceptual".
Multimédia na fbaup em vez de multimédia devia de se chamar multi meios, muitos meios e coisas assim.
Em multimédia na fbaup aprende e faz-se arte, da melhor forma que se consegue, sem aprender a pintar ou a esculpir. Para quem não sabe o que se faz em multimédia, fica aqui um bocadinho que apenas pode ser ilustrativo do meu trabalho pessoal, porque nós em multimédia na fbaup temos todos ideias dispares que originam trabalhos muito diferentes.
1º tentativa falhada
Este trabalho foi o penúltimo do 1º semestre e gostei imenso de o desenvolver, apesar de ter tido muitos fazeres e refazeres.
Vimos um filme, ou um
não filme de Jafar Panahi do qual irei falar num próximo post e que recomendo vivamente o seu visionamento. (This is not a film de Jafar Panahi).
Com este filme várias ideias começaram a formar-se na minha cabeça e uma delas tinha haver com a relação entre a realidade e a ficção:
Não seria a realidade um aglomerado de ficções?
“A ficção não é sinônimo de mentira, de falsificação, de fraude.
Em vez de falsificar, ela alarga e potência o mundo.”
CASTELLO, José (2011)
Com isto em mente, decidi criar uma ficção a partir de "ficções do real". Concebendo um espaço físico que suportasse realidades e fragmentações da mesma, a partir de espelhos e de pontos de luz.
Este espaço cria uma experiência de realidade que se comporta como uma ficção, intensificando sentimentos do sonho e fantasia, mas também da claustrofobia, do peso, da prisão desta mesma realidade.
A obra só poderá estar completa com a experiência do observador que a veste, sentindo os materiais, os pesos, as durezas, o conforto e o desconforto, o escuro e o calor.
Esta peça teve duas apresentações e consecutivamente duas formas. A primeira com um manequim que suportava a "bola" enquanto que ninguém a experimentava. E uma segunda em que melhorei o suporte dos ombros, deixando a peça mais confortável de usar e expus-la no chão.
A segunda apresentação e segunda forma desta obra foi exposta na faculdade de Direito, numa exposição coletiva da qual já vos falei.
Tive imensas dificuldades linguisticas em relação a esta obra porque não me ocorreu uma palavra que a descrevesse, um grupo em que se encaixasse, não sabia se era um capacete, uma cabeça ou um objeto, sendo que não era nenhuma destas coisas, o que me deixou um bocado receosa. Mas não temos que ter palavras para tudo.
Acho que hoje já me expendi imenso por isso dispesso-me, por agora.
Beijinhos, Ana Sousa
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